Manter o foco é um dos principais fatores de sucesso na trajetória de profissionais, empreendedores e empresas. Principalmente quando enfrentam as variáveis incontroláveis, comuns em ambientes dinâmicos, cheio de dispersão e em tempos de mudança. Saber onde queremos chegar, com a consciência daquilo que sabemos fazer melhor, otimiza tempo, relações, etc. Atividades e atitudes que não geram resultados precisam ser identificadas, reduzidas e, se possível, eliminadas completamente quando percebe‐se que elas não estão alinhadas com nossos valores e nossos objetivos.
Foco é a capacidade que temos de nos mantermos fiéis ao nosso propósito, bem como ao plano que estabelecemos para que ele se transforme em realidade. Isso implica em evitar as dispersões, em minimizar o retrabalho decorrente da falta de alinhamento entre as expectativas criadas em nossos relacionamentos pessoais e profissionais, buscando uma compreensão lúcida da nossa real capacidade de atendimento, aquele ‘deixa comigo, que eu faço’, que nem sempre ou quase nunca acaba sendo feito. Enfim, é preciso evitar a retenção de tarefas que poderiam ser delegadas e monitoradas.
Foco consiste também em ter desapego suficiente para eliminar atividades, ambientes e relações que nos criam uma falsa impressão de importância, mas que, na verdade, apenas reduzem nossa potência física e mental, atrapalhando a construção consistente dos nossos objevos e evitando que nossos resultados se consolidem. Foco implica na consciência plena da ‘dor’ que curamos através de nosso trabalho individual ou o da organização pela qual empreendemos ou da qual fazemos parte, mantendo o ponteiro da bússola sempre apontado para o destino, mesmo que no decorrer da jornada seja preciso repensar ou mudar o caminho.
Quando recuperamos o direito de gerir corretamente o nosso tempo, identificando o que o torna produtivo e o que nos faz dispersar, passamos a estabelecer prioridade e a agir com foco. Em autoliderança, isso implica na responsabilidade de gerir com inteligência os nossos recursos, em especial aquele que, uma vez desperdiçado, nunca se recupera: o tempo. Liderando outras pessoas, precisamos também educar o foco de nosso time, tornando cada liderado um protagonista consciente e responsável pelo uso deste recurso tão valioso.
Ter foco é, acima de tudo, estar presente de forma plena durante cada um dos papéis que desempenhamos na vida, mobilizando o nosso pensar, sentir e agir em uma mesma direção: a direção dos objetivos, os quais tornam-se mais consistentes quando derivam de um Propósito.
É ter consciência e mente flexível para atingi‐los, mobilizando toda a nossa capacidade criativa na busca de soluções e na idenficação de novos caminhos, caso os já conhecidos estejam se tornando ineficientes, situação cada vez mais recorrente quando transitamos pelos ambientes voláteis, incertos, complexos e ambíguos do mundo atual. Profissionais com foco equacionam melhor a eficiência e a eficácia, obtendo efetividade real em seus resultados. Eles sabem que para isso é preciso abdicar de comportamentos e práticas que provocam o desperdício do tempo, fator que afeta diretamente a produvidade. Ampliar o nível consultivo das vendas, por exemplo, conduzindo o cliente para soluções pertinentes, relevantes e principalmente atingíveis, dentro da capacidade de atendimento da organização, é um dos fatores que nos ajudam a manter o foco e a evitar retrabalho decorrente de expectativas mal alinhadas.
A queima desnecessária de tempo através de práticas nocivas de comunicação como a fofoca, a ‘rádio peão’, entre outras, bem como discussões insalubres sobre os efeitos das crises e das mudanças, sem uma intenção real de superar tais efeitos, permanecendo apenas no ambiente da reclamação sem ação, são práticas culturais bastante comuns em nossa sociedade. A pessoa com foco sabe identificá-las e contorná-las, evitando entrar nessa vala comum e operando sempre na direção de uma vida extraordinária. Vale a pena também evitar cair na tentação de acreditar que mal humor e grosseria disfarçados de ‘atenção plena’ são demonstrações de foco. Comportamentos assim criam o estreitamento da visão, matam a flexibilidade, enfraquecem as relações e criam um respeito ‘de mentirinha’ ao nosso redor.Por fim, decretam a morte da nossa flexibilidade e criavidade, capacidades que nos permitem encontrar novas soluções para os antigos problemas e dores.
Quando perceber‐se envolvido em movimentos de dispersão disfarçados de ‘cantos de sereia’, aprenda a dizer não. Caso lidere equipes, esteja atento para agir tão logo perceba isso acontecendo. O nome disso é Foco.
🍎 Eduardo Zugaib – Profissional de Comunicação e Desenvolvimento Humano, atividades que se misturam ao longo de mais de 25 de anos de carreira. Escritor e conferencista em nível nacional. São mais de 10 anos provocando e inspirando pessoas e organizações para uma vida com mais Propósito, Protagonismo e Performance.
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