Uma Revolução Adaptativa ?

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Uma Revolução Adaptativa?
A mudança é um dos principais vetores da Revolução do Pouquinho, livro que lancei em 2014 e que, neste ano de 2020, volta a ganhar grande relevância em meio ao caos, às restrições e o futuro incerto.

A razão disso está no fato de que nele tratamos a mudança sob duas perspectivas: a que abraçamos, ou seja aquilo que idealizamos, planejamos, executamos, construímos, conquistamos, enfim, as metas e objetivos que traçamos e, para os quais, mobilizamos todos os nossos recursos, entre eles conhecimento, tempo, dinheiro, relações. O outro tipo trata das mudanças que nos abraçam, ou seja, aquela que não gostaríamos de viver, porém somos forçados a isso, já que não há escolha. A crise deflagrada pela pandemia do Coronavírus é uma destas mudanças. Um fator macroambiental, incontrolável e que exigirá de nós, mais do que nunca, a compreensão daquele que é o subtítulo do livro Revolução do Pouquinho: as pequenas atitudes que provocam grandes transformações.

O olhar para as pequenas atitudes ganha uma importância inclusive durante a crise através do aconselhamento de práticas que ajudam a minimizar a transmissão e, consequentemente, dar fôlego para que o sistema de saúde absorva a demanda inesperada e imprevisível. Higienizar as mãos por exemplo, não de forma burocrática como fazemos na maioria dos dia, mas consciente, é uma prática recomendada, que transforma-se em atitude quando compramos a ideia e a transformamos em ação real, com regularidade tal que deixa de ser ato isolado e passa a ser comportamento adquirido.

No período mais crítico da transmissão, quem puder ficar em casa, evitando contato social e, com isso, reduzindo a chance de ser um transmissor natural do vírus, mesmo que não sinta nenhum sintoma, é uma recomendação prática fundamentada naquilo que já se observou nos lugares por onde esse furacão já passou com mais força. Tal qual o exemplo das mãos, isso transforma-se em atitude quando compramos a ideia e a transformamos em ação real, com regularidade tal que deixa de ser ato isolado, passa a ser comportamento e acaba impactando o todo, que neste caso, é de todos nós.

Da mesma forma oferecer ajuda à pessoas que encontram-se nos grupos mais propensos à ação do vírus, protegendo-se adequadamente para fazer compras no supermercado ou farmácia, é também uma pequena atitude que pode fazer uma grande diferença, por mais que ela, isolada, não represente nenhum triunfo aparente. Idem quanto à privilegiar, neste momento, os pequenos empreendedores do seu bairro, os quais estão longe de possuírem o mesmo fôlego de grandes redes.

Da mesma forma, as ações inversas também podem ser chamadas de atitudes. O não importar-se com questões que estão ao nosso alcance e onde sim, fazemos diferença, também coloca o todo a perder. Dar aquela saidinha, fazer aquela visitinha, uma passeadinha na praça, uma conversinha com o vizinho, uma paradinha no bar já são suficientes para, no período mais crítico, contribuir para aumentar os casos de transmissão e seus consequentes óbitos.

Tenha certeza que cada pequena atitude faz a diferença ruma a revolução. Quanto mais agirmos de forma consciente sobre a fração de tempo que temos, melhores serão os resultados ou, pelo menos, menos piores do que aqueles que já presenciamos.

Por hora vivemos uma revolução adaptativa, cuja única finalidade é nos preservar para, logo mais à frente, juntarmos nossos cacos e reconstruirmos o mundo numa nova ordem. Será fácil? Não. Vai doer? Sejamos lúcidos: vai e muito. E vai machucar muita gente ainda, não apenas no que diz respeito à saúde, mas também economicamente e socialmente. Logo, toda e qualquer pequena atitude, aquela que está ao seu alcance realizar, é bem vinda.

 

🍎 Eduardo Zugaib – Profissional de Comunicação e Desenvolvimento Humano, atividades que se misturam ao longo de mais de 25 de anos de carreira. Escritor e conferencista em nível nacional. São mais de 10 anos provocando e inspirando pessoas e organizações para uma vida com mais Propósito, Protagonismo e Performance.

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